Na próxima sexta-feira, dia 17, às 11h30, a poetisa Marize Casto estará autografando o seu mais recente trabalho, resultado da sua dissertação de mestrado em Educação. O livro intitulado O silencioso exercício de semear bibliotecas é um ensaio sobre Zila Mamede e o seu trabalho de implantação de bibliotecas públicas do RN, que resultou na criação das principais bibliotecas do nosso Estado, incluindo a da Universidade Federal e a Estadual Câmara Cascudo.
Soneto para a construção do arranha-céu
Zila Mamede
Os braços de concreto vão crescendo
como pensassem nuvens conversar.
Dedos crispados, poros gotejantes,
os braços de concreto vão-se erguendo.
Longamente se formam, projetando
-se em organismo estranho e vertical:
injetados de areia, mágoa e ferro
os braços de concreto estão chorando.
Atiram-se tranqüilos nos espaços:
são hastes de grandeza, ângulos de força,
ou de mutilação de humanos braços.
Estruturando pedras e cimento,
os braços de concreto, nus, se vestem
de fantasmas de morte e sofrimento.
Vinho
Marize Castro
Se o queres seco
para molhar a garganta
eu o quero suave
para reinventar
essa chama
se o queres branco
para velar a virgem
eu o quero
vermelho
do porto
para aportar
as paixões
que me dividem
Se o queres seco
para molhar a garganta
eu o quero suave
para reinventar
essa chama
se o queres branco
para velar a virgem
eu o quero
vermelho
do porto
para aportar
as paixões
que me dividem
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